Qual a diferença entre projetar com madeira e concreto armado?

Apesar da vasta capacidade florestal do Brasil, perceptível desde o seu descobrimento, o uso da madeira na construção civil é pouco difundido em relação ao uso do concreto armado.

Esse contraste se deve, entre outros fatores, à falta de especialização dos projetistas sobre as características do material, o qual possui notório potencial a ser explorado por arquitetos e engenheiros.

Se comparado ao concreto armado, sistema estrutural mais difundido no Brasil, a madeira possui maior resistência mecânica, além de ser cerca de três vezes mais leve. Ou seja, considerando o peso próprio do material, os esforços direcionados à fundação são consideravelmente menores.

Além disso, a irrefutável qualidade estética e a alta resistência dos elementos estruturais de Madeira Laminada Colada (MLC) possibilitam a harmonização entre arquitetura sustentável e finalidade estrutural.

Conforme se verifica nos cases da Rewood, optar por estrutura de MLC torna os projetos mais inovadores e atraentes.

Quais as diferenças entre concreto armado e o MLC?

Enquanto as edificações de concreto armado são executadas no sistema de lajes, vigas e pilares, o sistema construtivo em MLC é comumente executado com pilares, vigas e terças para sustentar o material de vedação da cobertura.

É comum o uso de Madeira Laminada Pregada (NLT) e Madeira Laminada Cruzada (CLT) para a fabricação de lajes de madeira, no caso da presença de pavimentos superiores e/ou escolha do cliente.

Apesar da resistência mecânica da MLC ser superior à do concreto armado, a madeira possui módulo de elasticidade inferior, o que implica em uma maior deformação sob aplicação de carga. Apesar desta propriedade, é possível alcançar grandes vãos utilizando o MLC como elemento estrutural.

Concepção Estrutural

Para melhor conciliação entre arquitetura e engenharia, a concepção estrutural é fundamental. No caso do projeto de estruturas de madeira é importante trabalhar com apoios na viga e respeitar a proporção entre vãos. O projetista deve buscar a condição de tri apoio nas vigas para redução da deformação vertical da peça. Na imagem abaixo é possível observar o vão otimizado para diferentes situações:

madeira concreto armado

               

O projeto de estrutura de MLC ainda exige uma quantidade maior de detalhamentos, tanto por parte dos elementos de madeira (chanfros, usinagens para conexões e afins) tanto por parte das conexões metálicas.

Por se tratar de um produto industrializado, o projetista também deve avaliar se as seções transversais dos elementos estruturais têm condições de fabricação e transporte, além de prever, ainda em etapa de projeto, se as dimensões das peças são compatíveis com as conexões metálicas que serão aplicadas.

Em relação às conexões metálicas entre elementos de MLC, o projetista deve avaliar os esforços nos nós estruturais aos quais serão aplicadas conexões.

Alguns fornecedores de parafusos e conectores para madeira fornecem as propriedades mecânicas e geométricas de seus produtos, de maneira a auxiliar o projetista no dimensionamento e detalhamento. Para a verificações dos esforços suportados pelas conexões a ABNT NBR 8800:2008 deve ser consultada.

Devido ao fato do concreto ser mais rígido do que a madeira, é essencial avaliar os deslocamentos da estrutura em relação às combinações de esforços de ventos (consultando as normas ABNT 7190:2019 e ABNT 6123:1980) e se há necessidade de utilização de elementos de contraventamento e/ou estratégias para aumentar a rigidez da estrutura.

Em alguns casos a presença de núcleos rígidos elementos estruturais de materiais de maior rigidez) contribui para a estabilidade global.

Se quiser saber mais sobre madeira engenheirada, MLC e outras aplicações de estruturas de madeira, visite nosso Blog, clique aqui.

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Kalil Saleh Hatoum
Kalil Saleh Hatoum
Projetista Estrutural na Rewood.
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